quarta-feira, 16 de maio de 2012

Informática nas escolas


Resumo:
Este artigo apresenta os benefícios do programa de informatização nas escolas brasileiras bem como as consequências desastrosas que este tipo de inovação trouxe para alunos onde o processo não foi bem planejado. Contém ainda informações sobre o Pisa, um exame internacional realizado com o intuito de maximizar a utilização deste recurso.
Palavras-chave: benefícios, consequências, Pisa.

1. Introdução

É evidente que num mundo globalizado como o que vivemos hoje o uso da internet é imprescindível uma vez que a rapidez com que são trocadas as informações por este meio é bem maior do que por qualquer outro meio. No entanto, alguns cuidados básicos devem ser tomados quando se trata da informatização de alunos dentro das escolas. É indispensável, para este fim, uma capacitação adequada dos educadores, a instalação de equipamentos com softwares educativos, o acompanhamento de pedagogos e, principalmente, a conscientização dos usuários.

Para avaliar se estes pré-requisitos estão acontecendo de maneira satisfatória, é realizado um exame internacional, com periodicidade de 3 anos, chamado Pisa, baseado no Censo Escolar e envolve alunos de escolas particulares e públicas de todas as regiões do país.

2 . Informatização nas escolas brasileiras

É papel do ensino capacitar o indivíduo para a vida e foi com este intuito que se deu início ao programa de informatização das escolas. Mas o uso da internet traz alguns perigos uma vez que a gama de informações é extremamente grande e se não houver pessoas com capacidade de orientar o recebimento destas informações, o programa apresentará muitas desvantagens. Deve-se ter em mente que se tratam de crianças e adolescentes e, por este motivo, não possuem maturidade suficiente para discernir o que é útil do que não é. O professor, então, age como um filtro.

Como cita Luiz Henrique Corrêa Quemel em O Popular Online de 28 de julho de 1999, a França, em 1980, massificou a tecnologia da informação nas escolas sem discutir se o objetivo era ensinar informática ou por meio da informática. O resultado foi desastroso: aparecimento de lammers (pessoas que se acham hackers) que invadiram sites do governo federal; a indução dos adolescentes, por parte dos ”mercenários da web”, para participarem de “testes de fragilidade nos sistemas” com o intuito de espionagem industrial; e, o mais grave deles, as pseudo-agências de modelos que exigiam fotos mais ousadas para avaliação e envolviam as crianças e adolescentes nas redes de pornografia e pedofilia.(QUEMEL, 1999)

Para que problemas como estes não ocorressem em São Paulo, em 1995, Hubert Alquéres, secretário-adjunto da Secretaria Estadual de São Paulo, afirmou em entrevista que havia tomado algumas precauções. Primeiro, capacitou os professores para lidar com as novas tecnologias utilizando o computador como um recurso a mais em suas aulas. Em seguida, selecionou os softwares educativos que iriam apoiar o trabalho dos professores. Por fim, equipou as escolas com laboratórios de informática. Segundo ele, apenas em 1997 foi disponibilizado o acesso à internet por parte dos alunos mas com a participação ativa do professor para direcionar o aprendizado. (http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0077)

3. Importância do Pisa

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, pretendia encontrar uma forma de mostrar que computadores e internet estão associados a um melhor desempenho dos alunos nas habilidades que devem ser desenvolvidas na escola, tais como Leitura e Matemática. Para isso, comparou os resultados do Pisa com o acesso dos alunos a computadores e à internet. O Pisa, Programa Internacional de Avaliação dos Alunos, é um exame internacional, com periodicidade de três anos, que avalia e compara o desempenho de jovens de 15 anos nos 31 países-membros da OCDE e seus 11 parceiros, entre eles o Brasil. A base deste exame é o Censo Escolar e envolve alunos de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país.

O relatório da OCDE em relação ao Pisa 2000, revelou que o Brasil estava em uma das últimas colocações devido ao grande número de repetências e aos baixíssimos níveis de informatização das nossas escolas. O governo, então, atacou estes problemas a fim de aumentar o desempenho dos alunos. Em 2003, quando o exame foi realizado novamente, os alunos foram agrupados em 4 categorias segundo os seus indicadores de bens econômicos, sociais e culturais para que ficasse evidente a influência do computador no desempenho dos alunos. Novamente, o relatório da OCDE colocou o Brasil no penúltimo lugar na quantidade de computadores por alunos entre os países avaliados (Tabela 1) e em último lugar na disponibilidade de softwares educativos para alunos (Tabela 2).

Observe os dados nas tabelas abaixo:

Quantidade de computadores por aluno

0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
OCDE









BRASIL









Fonte: Adaptado de http://blog.educacional.com.br (OCDE, 2005, tab. 2.4)
Tabela 1 – Comparação da quantidade de computadores disponíveis para cada aluno no Brasil e na OCDE

Percentual dos jovens de 15 anos matriculados em escola que tem acesso a computador em casa

0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
SUPERIOR*




















SEGUNDO*




















TERCEIRO*




















INFERIOR*





















SUPERIOR*




















SEGUNDO*




















TERCEIRO*




















INFERIOR*




















*Quartos da população por índice de status econômico, social e cultural
Fonte: Adaptado de http://blog.educacional.com.br (OCDE, 2005, tab. 2.3b)
Tabela 2 – Percentual de alunos que tem acesso a computador em casa

4 – Referências

Relatório do OECD. Como melhorar o desempenho dos alunos investindo em tecnologia? Disponível em: http://blog.educacional.com.br/default_imprimir.asp?idpost=70286&idBLOG=15409&... Acesso em: 10/7/2009

QUEMEL, Luiz Henrique Corrêa. A informática nas escolas. Goiânia, GO: O Popular online, suplemento semanal, 28 de julho de 1999. Disponível em: http://www.consultoriadomestica.com.br/artigos/infoescola.html Acesso em: 15/7/2009

ALQUÉRES, Hubert. Informatização, sim, mas sem deixar de lado o professor. Disponível em: http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0077 Acesso em: 11/7/2009


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